quinta-feira, 8 de junho de 2006

Cumplicidades

Há pessoas de quem gostamos tanto que não podemos deixar de falar com elas todos os dias. De lhes contar pormenores mais ou menos interessantes do nosso dia-a-dia. De não falar. De lhes escutar os silêncios. Ou de nos deixarmos estar em silêncio sem aquele incómodo inerente à falta de cumplicidade.

Pessoas que nos conhecem desde sempre e que nos apoiaram sempre. Que nos trataram da feridas, que nos emprestaram os ombros. Que estenderam a mão a pedir ajuda e a oferecer a sua. Que nos ensinaram a caminhar, que nos mostraram caminhos e opções. Que sabem tudo da nossa vida.

Essas pessoas fazem tudo por nós. Mas continuam a viver a sua vida. Fazem é questão de mostrar que estão lá. Sempre.

Foram connosco comprar o vestido do baile de gala. Ficaram à espera dos telefonemas na viagem de finalistas. E esperaram acordadas para que lhes contássemos os pormenores de tudo isto. Que exasperaram no dia em que chegámos tarde, sem aviso prévio. Que ficaram felizes com o primeiro namoro a sério. Que desdramatizaram quando ele não deu certo. Que choraram de felicidade quando foram connosco escolher o vestido de noiva.

Com quem nos zangámos inúmeras vezes por discordância de opiniões, mas com quem conversámos sempre para pôr pontos nos ii.

Que rejubilaram quando souberam dos testes positivos e choraram de dor connosco. Que fizeram inúmeros e incontáveis telefonemas a avisar que tu tinhas chegado. E que todos os dias, sem excepção, nos perguntam como estás.

Que se preocupam com o que comemos, se dormimos bem, se estamos bem.

E que ficam felizes só porque lhes dizemos que as amamos.

Esta pessoa é a minha mãe.

(E é uma relação destas que quero construir contigo.)

28 comentários:

Anônimo disse...

Flores, concordo contigo em tudo. Ler o teu post fez-me pensar que se calhar ando muito concentrada no meu filho que me esqueço que sou filha. Devemos dizer às nossas mães aquilo que queremos que um dia os nossos filhos nos digam. É realmente verdade aquilo que escreveste, a minha pergunta sempre"Filha, andas a comer bem? Vê lá não te desleixas, vai ao médico ver se está tudo bem, alimenta-te como deve ser, etc.etc...E eu digo: Mãe, já sou adulta sei o que faço, já comi, sinto-me bem, etc, etc. Mas esqueço-me que para a minha mãe eu vou ser sempre a bebé dela. Como o meu vai ser eternamente o meu bebé.
Bom dia para todas as mães que tb são filhas, e principalmente, bjs para essas mães.

Anônimo disse...

:-( talvez ande a dar pouca atenção á minha mãe...

Anônimo disse...

Essa pessoa para mim é a minha Tia.

Tb quero ser assim com os meus. Muito.

Anônimo disse...

Eu também tento ser uma mãe assim, não a tive.
Tenho uma avó excelente que me faz esquecer a mãe que não conheci..

beijinhos
Sandra

Anônimo disse...

as coisas escritas podem ser enganadoras. eu explico: eu tenho isso tudo com a minha mãe. mm assim eu quero algo muito diferente para mim e para a minha filha. confuso??

(ahahahah. não querias mais nada??? devias querer fazer uma visita :PP)

Anônimo disse...

Zuza,

Nada confuso. Se apesar de tudo o q tens ñ te sentes preenchida nessa relação é normal q queiras uma diferente para vocês.

Anônimo disse...

Temos níveis de exigência diferentes. Só isso.

Anônimo disse...

Acho que essa relação de cumplicidade é mais fácil entre mãe e filha, do que entre mãe e filho. Mas posso estar enganada...!

Anônimo disse...

Em primeiro lugar: tens uma mãe fantástica e, com esse exemplo, serás sempre uma mãe fantástica também!!!
Foi uma delícia ler-te... eu tenho uma relação parecida com a minha mãe... e é tão bom!
Em 2º lugar: obrigada pelas tuas palavras ontem deixadas no meu blog! Esses miminhos fizeram toda a diferença!
Bjos grandes,
Cláudia

Anônimo disse...

eh pá que a Catarina já vai levar com o Freud!! LOL

não percebeste. não é uma questão de exigência. é uma questão de como as coisas escritas podem ter várias interpretações. não é isto que TU me estás sp a dizer??? :D

Anônimo disse...

Gostei.
E eu tb tenho uma pessoa assim q por acaso tb é a minha mãe. ;)

Anônimo disse...

Ehehe
Olha estive agora a ler os comentários do meu blog e já me ri com o teu... á conta das "patetices"... ou talvez não.. ou talvez não!

;p

Anônimo disse...

:) Lindo...

Anônimo disse...

Olá! Hoje o meu dia está a ser deveras emotivo! E o teu post de hoje já me fez chorar... E eu também vou querer ser assim para a flor!
Mil beijinhos,
Teresa

Anônimo disse...

Ai tão lindo...

Beijocas

Anônimo disse...

Todos os dias, todos os dias....estão sempre lá!
Estas mães são o máximo :)

Anônimo disse...

Sabes, vocês as duas são umas sortudas!

Anônimo disse...

Tenho isso tudo com a minha mãe, desejo que as minhas filhas o tenham comigo, e mais ainda. Há algum tempo escrevi que acho que elas têm mais proximidade connosco do que eu sentia com a minha mãe. Espero que evolua para as próximas etapas.
E os pais? Confesso que tenho um Édipo tremendo e que a outro nível, que não o do dia a dia, a cumplicidade é muito maior com ele...

Anônimo disse...

Não cresci com a minha mãe mas coma minha avó que adoro mas não somos próximas, não partilhámos cumplicidades, sempre fui muito sozinha,mas quero ter esse tipo de relacionamento e até mais se possível com os meus filhos.
Bjs

Anônimo disse...

Não tenho isso com a minha mãe, mas vou fazer por ter com o meu filho. Ai vou, vou!!!
Beijocas

Anônimo disse...

Zuza,

Pois se calhar levo...
Mas venho esclarecer: eu falo nas cumplicidades femininas, que se costumam estreitar com a mãe quando a filha cresce.
Ou não, ou não.

:s

Anônimo disse...

as mães de 25 de janeiro são bestiais, pá! ;-D

Anônimo disse...

Está lindo!
Viva as nossas mães! Ai, fiquei com tantas saudades da minha!
beijinhos

Anônimo disse...

lindo!
que linda forma de dizer como amamos alguém, que isso perdure por gerações!

Anônimo disse...

[arrepiada]

Anônimo disse...

não tenho com a minha mãe mas quero ter com os meus filhos..

Anônimo disse...

tb amo, admiro... essa senhora que é a minha mamã! e aque é uma avó exemplar! Que sortudas que somos...

Anônimo disse...

Lindo!

(nem preciso dizer mais nada!)