The special one(s)

Sou anti-comemorações pré-datadas. Até a data dos meus aniversários assumiu um papel diferente, nem sei bem a partir de que altura, mas lembro-me bem das festas até aos 18 anos, mágicas, inesquecíveis e apagadas, a partir de uma certa altura. O mesmo acontecia com os aniversários dos pais lá de casa, os dias da mãe, do pai, da criança. Ou dos namorados.

Depois, somos pais. E o aniversário dos filhos volta a ser uma data especial. E o dia do pai ou da mãe, o primeiro em particular, porque estamos num papel diferente e bom e cabemos mesmo bem dentro daquele fato.

E, voltamos a dar a devida importância ao dia. Nosso e dos nossos pais.

E, depois ainda, conhecemos pessoas e lemos textos e percebemos que há quem já não possa comemorar o dia ou sentar-se no colo ou passar as mãos pelas barbas ou cabelos brancos e olá, realidade!, que nunca tinha pensado nisso que os nossos pais deviam ser eternos.

Já liguei ao meu e dei os bons-dias ao melhor pai do mundo.

Ao melhor pai que os meus filhos podiam ter guardo para logo o abraço longo e o beijo demorado. Quero eternizar o dia (numa foto, numa lembrança), para que eles possam saber que aquele colo é deles sempre, para sempre, mesmo que chegue o dia em que não se possam lá sentar.