Ao sábado à noite saímos com amigas, rimos imenso, vamos ao sítio da moda, tiramos fotos tontas, deitamo-nos tarde (para os padrões de mãe), dormimos 4 ou 5 horas (que os filhos não deixam espaço para mais), mas levantamo-nos bem-dispostas e de bem com a vida, que as saídas de adultos sabem-nos pela vida. Vestimos uma roupa bonita, insistimos no salto alto, vamos à festa e damos nas vistas pelo modo como deslizamos pela pista, em cima dos saltos de 11 cm.
Depois de deitadas as crianças, ainda há tempo para escolher o menu do jantar do dia seguinte, preparar todas as mochilas, deixar pão a fazer (há poucas coisas tão boas quanto acordar de manhã com o cheiro de pão quente. Só o de café, talvez.), arrumar as roupas que se passaram entretanto, deitar um último olhar à casa antes de dormir e perceber que está tudo a postos para o início de semana.
E de repente...
Durante a noite, o filho mais velho sente-se indisposto, as horas de sono em atraso acusam-se, mas ainda assim levantamo-nos para ajudar a criança, mudamos cama, lençóis, damos banhos às 2 da manhã, acarinhamos e abraçamos a criança indisposta. Custa-nos voltar a pegar no sono. E voltamos a levantar-nos para acudir o mais novo, que só queria água, mas nesta coisa da maternidade, quem já viu um vómito sabe que ele raramente vem só. Voltamos a adormecer com a mente em turbilhão.
À segunda-feira de manhã não há despertador que nos acuda, levantamo-nos todos já atrasados, vestimos putos a correr, não sabemos bem se o nosso oufit combina com alguma coisa, que os olhos formigam de sono, a casa fica num caos, com tanta desarrumação, corremos, comemos, sem sequer apreciar condignamente o cheiro do pão acabado de fazer. Respiramos fundo quando finalmente nos pomos a caminho, com os putos entregues vestidos, comidos, mas desgrenhados, com a boca ainda suja da papa que já não tivemos tempo para limpar. Damos uma olhadela ao espelho e temos os olhos vermelhos da noite mal dormida, olhamos as unhas ainda pintadas da girls night out, mas o glamour já era: verniz ratado, cabelo desgrenhado, olhos inchados, roupa amarfanhada.
Este é o melhor dos cartões de visita. (It's written all over my face.) Bom dia, o meu nome é Flores, e sou mãe, mas não deixei de ser mulher. E consigo, «more or less», conjugar isto tudo. :D
23 comentários:
Muito bom Flores! :)
Um beijinho grande
Grande mãe e mulher! :)
LOL
more or less, isso mesmo
eheheheh. Gostei tanto deste texto.
Também gostei muito.
(mas durante boa parte da leitura, só pensava: ainda bem que é raríssimo os meus vomitarem de noite) ;)
Eehhhe, when theres's a will, there's a way!!!
Comigo foi tipo Mar, pensei: as minhas filhas nunca vomitaram de noite na vidinha inteira delas mas em contrapartida recusam-se a comer qq pão feito na máquina :DD
R(a)elação causa-efeito? LOL
11??? Em fico com mais 5 em cima dos patins novos mas a falta de equilíbrio é exactamente a mesma :DD
e estavas um assombro!!!
:))
ahahahah... és uma grande mulher, isso sim!
beijoquinhas!
:)
Podes crer!
Há dias em que se contassemos como iniciamos a manhã depois de uma noite de "alevante" muitas mulheres não acreditariam...
Hum ...o cheirinho a pão odeve ser fantástico!
bjs
Adorei!!! Essas odisseias nocturnas sao do pior ...o mais velho se acorda de noite, que ja eh estranho, e pede agua, ainda mais estranho, ja sei que vem gregorio de seguida...as pirralhas tiveram uma gastro com 1 ano, pegaram ao irmao, foi uma semana de ir as lagrimas...
clap clap clap clap clap
demais flores, adorei ler-te!!
jocas
Uf. É por isso que eu acho que só algumas são felizes na maternidade! :)
Palmas para o post, está um flores-texto!
Beijinhos,
Catarina
:))
Que remedio temos nós!!!
gosto tanto de ti (assim)
À valente!
Assim é que é!
Bjs
:) adorei e revi-me imenso neste texto:) Menos na parte dos vómitos noturnos, que os meus têm vários achaques mas desse nunca sofreram lol (thanks god).
beijo Florzinha
:)
Clap, clap, Dona Flor!
Fantástico!!!Também gosto de sair de vez em quando!!!
fa-bu-lás-ti-co! :D
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