terça-feira, 17 de novembro de 2009

Advogado/a do diabo

O mais novo tem febres. Pontuais, desde domingo à noite. Máximo: 38,5ºC.

Não é gripe, nem A, nem de espécie alguma. Como é que sei? Ora, se a criança não tem absolutamente mais nada, nadinha, a não ser a febre. As regras do bom senso diziam, até há poucos dias, que se esperasse 3 dias até irmos a correr com a criança para o médico. Fosse ele pediatra particular, ou do SNS.

Sendo eu moça pouca dada a correrias, e tendo particular aversão a antros de vírus, tenho por lema cumprir estas directrizes. Curiosamente, o meu filho mais novo até é dado a esta coisa misteriosa da febre que desaparece ao fim de 3 dias. (Julgavam que era este mais um mito da maternidade?)

Dado o actual estado gripal do mundo, as orientações são:

- Aconselharmo-nos com a linha Saúde 24 (o que fiz, e que me mandaram esperar para ver o desenrolar dos acontecimentos).

- Falar com o pediatra (o que também fiz e que se prontificou para ver a criança, caso eu o entendesse).

Ora, não tendo ele mais sintomas que não estas febres pontuais, acho prudente, hoje, como achei sempre no passado, aguardar para ver se há mais alguma coisa. Primeiro: porque não me apetece pagar 85 € para trazer um diagnóstico de não se vê (ainda) nada. Depois, porque ele não pode passar um atestado para a criança voltar para o infantário, e também não o faria, estando ele com febre.

Como alternativa, posso:

- Dirigir-me ao centro de saúde da área de residência, que diz que funciona bem. Na dúvida, e como o meu filho não faz parte do grupo de risco, não lhe fariam a análise da gripe A, mas mandá-lo-iam (a ele e a mim) para casa 7 dias.

- Ir ao mesmo centro de saúde, falar com o médico de família (diz que é o único que pde passar o dito atestado), que não conhece o meu filho, que nunquinha o viu, e, acreditando eu, que sendo uma pessoa de bom senso, nos mandaria para casa os mesmos ditos 7 dias.

- Na volta, detectavam-lhe uma otite, amigdalite ou outra ite qualquer, e com isso (e com a prescrição do antibiótico) o miúdo até pode voltar ao infantário.

- Não vendo nada, até podiam, como já me fizeram, receitar-lhe o antibiótico na mesma. Pelo sim, pelo não. Eu pelo sim, pelo não, não o daria, que gosto de saber ao que vou.

Tendo eu 2 filhos, e sabendo nós que o Inverno é propício a tudo o que é ites, e tendo o país, dizem, um dos mais baixos índices de produtividade do mundo dito desenvolvido, pergunto-me:

- O que é que fica mais caro? Fazer a merda da análise do vírus ou mandar-me para casa 2 semanas de cada vez que as crianças ficarem doentes (dada a probabilidade de um e outro apanharem as mesmas viroses)? Sendo que a mim me parece certo e sabido que até ao final do Inverno, se até aqui éramos corridos a viroses, vamos passar a ser corridos a gripe A!

Trabalho numa empresa privada e, já o disse muitas vezes, tenho um patrão sensível a estas questões. (Ontem teve 2 «baixas» por coisas destas com miúdos.) Trabalho por muitas razões: necessidade - prazer - vício. E não sendo «castigada» por ser mãe, também não me parece justo que o meu patrão seja «castigado» por eu o ser.

Sou uma sortuda do caraças porque entre avós e outras coisas quaisquer vamos conseguindo remediar a situação, mas, não sendo eu uma fura-greves, neste caso seria com toda a certeza uma fura-baixa de 7 dias porque não sabemos, e fica-nos muito caro saber, o que a criança tem.

18 comentários:

disse...

Tens toda a razão Flores.
É uma pena que as cabeças pensantes deste país não tenham esse tipo de raciocinio e por isso não percebam que fica muito mais caro ao país 7 dias de baixa de cada pai que uma análise.
Além de que, sem análise, quem é que fica realmente descançado ao ponto de não dar a vacina aos filhos porque já tiveram a dita? Se não há análise como é que temos a certeza que os nossos filhos estão imunes ao virus?

Mais uma vez o governo encontrou a solução mais fácil para se livrar de um problema. Mais uma vez estão errados, e quem paga [mais uma vez] somos nós funcionários, pequenas empresas que se vêm sem funcionários suficientes para se manterem em funcionamento.

Acredito que para alguns seja muito bom ficar em casa com os filhos durante sete dias. Mas esses "alguns" não devem ter o emprego em risco, esses alguns não devem trabalhar num empresa em dificuldades para sobreviver à crise, esses alguns devem ser poucos, digo eu.

As melhoras do pequeno.

Patrícia disse...

Compreendo-te!

É muito complicado e diz-se tantas coisas...

Talvez a febre vá embora e fique tudo bem.
O Rodrigo já teve algumas vezes "esse" tipo de febre.
Vem e vai, sem percebermos o porquê!

E com tanta conversa sobre a Gripe A, acho que gera cada vez mais confusão nas pessoas!
Eu não sei o que hei-de fazer, porque a Carolina pertence ao grupo de crianças com idade entre os 6 e os 24 meses, que "eles" querem que sejam vacinadas.
Vou esperar pela opinião da pediatra... o pior é se ele me disser que é uma decisão minha...

Bjs

TVA disse...

Olá Flores,
Normalmente não comento, mas leio, hoje resolvi excepcionar porque estou exactamente na mesma situação mas na versão filho único (que faz diferença, nesta coisa de viroses).
Tenho o miudo outra vez com essas febres intermitentes e baixas que não são coisa nenhuma, faz agora 15 dias que ficou uma semana em casa e agora voltou ao mesmo. Também tenho a sorte de poder usufruir da instituição "avós" e venho trabalhar, e desta vez, até ver, também optei por não fazer nada, nem centro de saúde nem pediatra, vou esperar.
Prono, era só um desabafo.
As melhoras!

Anônimo disse...

Oh mulher tens tanta razão q eu já nem sei que argumentar!

mais uma bela argolada do nosso governo e pais!

fazem tudo em cima do joelho, olhando pró que o vizinho está a fazer mas arranjarem planos bons e soluções rapidas té queto!

oh paiszinho da treta

LP disse...

Eu só te digo o que fiz. O mais velho ficou doente com febre altas e tosse. Liguei à saúde 24 que me aconselhou aguardar. No dia seguinte ficou o do meio com febres mais baixas, dor de garganta e tosse. Liguei ao pediatra a informar que estavam doentes. Ele disse-me que se piorassem para ligar novamente, se não para ligar quando estivessem bons que ele passaria o papel para voltarem à escola. O mais velho acabou por ficar os sete dias, o outro ficou 6.

Não sei se tiveram gripe, se era da A ou se era outra virose da época. Não sei nem me interessa. Passou bem, sem complicações.

Mimi disse...

As melhoras do teu pequeno :)
Beijinho

Mar disse...

Então é assim: quem não pode mesmo, mesmo, mesmo faltar sempre que um miúdo tem febre e não tem ninguém que ajude, leva-os à escola.

É o que eu faço com a L. A L. tem montes de vezes febre entre 38 e 39, ao fim da tarde, durante quatro dias. A educadora já as apelida de febres-das-seis-da-tarde-da-L. Toma paracetamol e damos-lhe muitos mimos e pronto. Que eu reservo as faltas para as otites (faz uma por cada dois dentes que lhe nascem), porque aí ela precisa mesmo de ficar em casa, a descansar.

Portugal parece-me estar em pânico com as doenças. Sinceramente, eu acho que teria que perguntar qual a base legal para me impedirem de a deixar na escola, se aqui fosse igual. É que me parece que o Estado devia decidir: ou paga a análise ou a criança volta à escola assim que os pais acharem que está melhor. Porque se não se pode provar que tem gripe A também não precisa de ficar isolada, não é?

(as melhoras dele! Beijo!)

Mãe da Rita disse...

A minha também faz dessas febre de 3 dias, baixas, sem mais nada. A treta é a gripe deste ano, que deixa o pessoaal em stress especialmente porque não se sabe se é dessa ou de outra, se é vírus ou dentes ou o raio que desse nos ministérios todos... Pronto, sou pessoa má... As melhoras. O que faz quem não tem avós e nã opode faltar porque «não convém»? Que coisa! Ando mesmo chateada...

Rita disse...

porra mulher, tu escreves bem e disse tudinho:P

razão a 100%

Zuza disse...

ainda sem febre ou qq outra cena por aqui mas acho q o nosso plano de contingência passará pelo teu :D

acima de tudo passa pela confiança brutal no nosso pediatra (acho q é mais meu do q delas :P). "só" pago 75 mas levo maçãs ;)

Ruth disse...

só o médico de família pode dar alta? então fico para todo o sempre em casa que nem sequer tenho médico de família

Cristina disse...

É muito complicado. Porque quando a Mariana esteve agora com febre fui à pediatra - que não me cobra nada por vê-la entreconsultas LOL - e fui informada de que há já vários casos de gripe A, confirmadas com a análise particular, só com uma febre ligeira. O vírus está em mutação e isso reflecte-se nos sintomas.
Agora tb ficou cinco dias em casa, repartida pela família. Nem quero pensar no pico do Inverno...

Bjos grandes e melhoras do A.

JoanaM disse...

adoro essa postura destressada! conheço tanta gente que vai a correr para os hospitais, que vezes fico a pensar se não vou porque tenho tido sorte e nunca ter de facto precisado, ou por ser "irresponsavel" e esperar sempre para ver... as melhoras das ites...

Luz de Estrelas disse...

O teu filho adoece serenamente. LOL. 38,5 quase nem me parece febre ao pé do aparato habitual destes dois... Eu tb fui ao fim de três dias, mas olha que o procedimento não me tem corrido bem. De cada vez que (só) vou ao terceiro dia, a miúda fica pior a seguir.

Luz de Estrelas disse...

Concordo com a Mar! Ou pagavam a baixa ou a análise!

Maria disse...

Tenho sorte com a professora do meu filho, que tb é uma pessoa como eu!
A semana passada quando fiquei com ele em casa, e ao segundo dia ele melhorou, liguei para ela, e expliquei-lhe a situação, perguntei se precisava de algum atestado. Disse logo que não, que confiava em mim, se eu mandava o menino para a escola, era porque o menino estava bem. Mas salientou outros casos, em que mesmo doentes, os pais os levam na mesma, e a verdade é que existe uma outra realidade que não conhecemos, e que origina estas coisas todas. Enfim.
Bejos

Flores disse...

Luz,

mesmo. E, por norma, elas não me mandam ir buscá-lo por febres destas. Q ele qdo está mm doente, faz febrões de 40º. O «problema» são estas novas directrizes por causa da gripe.

E o Estado diz q não se deve descontar os 7 dias por causa da gripe.

Mas,

ponto 1. «diz que não se deve» ñ é lei, numa empresa privada.

ponto 2. se não fazem a análise, e não se sabe o q eles têm ao certo, os 7 dias podem ser pela gripe A ou por outra coisa qq. E, portanto, ou paga o Estado, ou o patrão pode recusar-se fazê-lo.

Cool Mum disse...

Falou e disse!
(e as melhoras)